Boas práticas: Cuidados a ter durante a preparação da Calda
Boas práticas: Cuidados a ter durante a preparação da Calda
A grande maioria dos produtos fitofarmacêuticos (PF) disponíveis no mercado são formulados para que sejam misturados com água, em concentrações variáveis. A esta mistura (que é geralmente uma emulsão ou uma suspensão em água) dá-se o nome de calda e aplica-se por pulverização, sendo, portanto, “partida” em milhares de pequenas gotas.
Ora isto implica que a qualidade da água que é usada na calda e a interação que esta tem com os produtos sejam determinantes para uma aplicação eficaz nas culturas. O que significa que entre o momento da preparação da calda e o esgotamento do depósito do pulverizador é importante manter um “bom convívio” entre as partes.
A importância da qualidade da água na preparação da calda
Durante muito tempo não se deu suficiente importância aos diferentes parâmetros de qualidade que a água usada na calda deveria ter. Mas, há alguns anos, começou a considerar-se um destes parâmetros, quando se levantou a questão de que certos produtos “perdiam a sua eficácia quando misturados com águas alcalinas”: o pH da água. Esta era apenas parte da verdade, uma vez que a hidrólise alcalina é uma degradação que todos os produtos fitofarmacêuticos sofrem na água, seja qual for o seu pH. A diferença está na velocidade com que esta reação acontece, sendo mais rápida em produtos mais sensíveis ao fenómeno, e em pH e a temperaturas mais elevadas. Daí que seja importante acidificar previamente a água, de modo a não dar tempo suficiente para que uma grande parte do produto se degrade, especialmente em dias quentes. Razão pela qual não se deve guardar a calda de um dia para o outro.
No entanto, a qualidade da água não depende apenas do seu pH. Existem outros fatores que a influenciam, como por exemplo, os sólidos em suspensão na água. Por isso, garantir que se usa água de boa qualidade na calda é também uma garantia de eficácia na aplicação dos produtos fitofarmacêuticos.
Os produtos podem ter diferentes formulações, o que determina o seu aspeto quando se retiram da embalagem, que resulta da maneira como é feita a mistura entre a substância ativa e os adjuvantes (substâncias que não têm ação biológica). A mistura pode apresentar-se, por exemplo, como suspensão concentrada (líquida) ou aglomerado dispersível em água (sólida).
A qualidade de uma formulação mede-se também pela facilidade com que esta se mistura com a água – algo que a Selectis se esforça por garantir em toda a sua gama. A Selectis garante as mais modernas formulações no seu portfólio também para diminuir o risco associado à preparação das caldas.
Cuidados a ter na preparação da calda
Uma vez que uma calda é, muitas vezes, resultado da mistura de mais do que um produto com a água é importante respeitar uma ordem de procedimentos, que garanta a estabilidade da mistura durante o maior período de tempo. Assim, garantimos que todas as plantas (e outros alvos) recebem precisamente a mesma quantidade de produto, independentemente se foram pulverizadas com a calda do início ou fim do depósito. Deveremos, por isso:
- Misturar primeiro os produtos sólidos, garantir uma boa mistura e só depois, os líquidos.
- Se for necessário, mas cada vez menos usado devido à presença de dispositivos de mistura no pulverizador (ou, pelo menos, bons agitadores no depósito), pode fazer-se uma pré-mistura inicial em separado.
Como evitar incompatibilidades entre produtos
Outra questão que devemos acautelar é a das incompatibilidades. Embora a maioria das misturas entre produtos do mesmo fabricante, como é o caso da Selectis, seja garantida como isenta de riscos, pode acontecer que no momento da mistura aconteça uma reação entre eles. Por isso, se estiver a misturar pela primeira vez dois produtos, faça uma pequena quantidade à parte, na mesma concentração, aguarde algum tempo, e fique atento a sinais que indicam incompatibilidade como:
- alteração da temperatura.
- precipitação da parte sólida da mistura, ou seja, esta “cair” muito rapidamente no fundo do recipiente e separar-se da parte líquida à superfície.
- alteração da viscosidade, com a mistura a tornar-se mais densa sem razão aparente.
- alterações de cor.
A preparação da calda é, portanto, uma fase fundamental da aplicação de produtos fitofarmacêuticos, sendo a fase de maior risco para o aplicador.
5 Setembro, 2024